Vereador Dr. José e o homenageado Dr. Plínio Zabeu |
O vereador
José Antonio Ferreira, o Dr. José (PSDB), homenageou, nesta quinta-feira, em
solenidade ocorrida na Câmara de Santa Bárbara d’Oeste, o médico ortopedista
Plínio Zabeu, com o título de Cidadão Barbarense. Na cerimônia, outras 12
personalidades da cidade receberam a honraria.
“Doutor Plínio foi o primeiro ortopedista da
cidade. E por muito tempo foi o único, atendendo a todos os pacientes com muita
dedicação, presteza e por amor à profissão, porque sua missão é salvar vidas.
Muitos barbarenses passaram pelas mãos dele no Hospital Santa Bárbara e no
pronto-socorro da Santa Casa. Sinto-me honrado
em poder prestar-lhe essa simples homenagem, por tudo o que ele fez por nossa
cidade na área de saúde. E prestar homenagem a uma pessoa viva, é melhor ainda”,
destacou Dr. José.
“Estou muito feliz com a homenagem e agradeço
ao Dr. José por isso e quero dizer que trabalhei muito por essa cidade, agora
de maneira mais suave auxiliando o meu filho José Luis nas cirurgias. Quero
estender a homenagem a minha esposa Claudete que tem sido o esteio da família
para o desempenho profissional e a toda a nossa família que construímos juntos”,
afirmou Dr. Plínio.
BIOGRAFIA
Plínio
Zabeu nasceu em 14/10/1933 em São Manuel, São Paulo, neto de imigrantes
italianos que vieram tentar a vida no Brasil no final de século XIX. Seus pais
tiveram nove filhos e, após muitas dificuldades com a vida na lavoura, a
família se mudou para Getulina, São Paulo, onde efetivamente Plínio viveu sua
infância e adolescência.
Em
ambiente muito humilde, seu pai criou os filhos a partir de um pequeno armazém
de alimentos. Plínio se destacava nos estudos, porém Getulina só oferecia, na
época, o grupo escolar, equivalente aos quatro primeiros anos do ensino
fundamental de hoje. Por volta dos 11 anos teve que parar de estudar, por falta
de opção. Trabalhou com seu pai e seus irmãos, carregando
caminhão, limpando o chão do armazém. Conseguiu um serviço em escritório
de contabilidade onde aprendeu datilografia e noções de cálculo. Mas queria
mesmo era estudar! Felizmente, após quase cinco anos de espera, a cidade abriu
seu primeiro ginásio, o que lhe permitiu completar sua formação
escolar básica, ainda que com alguns anos de atraso em relação à sua idade.
Sem
dinheiro, houve necessidade de uma bolsa de estudos da prefeitura para que
ele pudesse ir à capital, São Paulo, para fazer o científico, (o antigo
colegial, ou ensino médio, como é conhecido hoje). Esta bolsa veio pelo
seu desempenho escolar no ginásio, onde foi sempre o que mais se destacou.
Estudou por três anos e prestou um único vestibular, em sua única oportunidade
(caso não fosse aprovado, teria que voltar para Getulina e trabalhar com seu
pai), para realizar seu sonho de ser médico. E conseguiu passar na Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
Fez com
muita dedicação seus seis anos de graduação em medicina, formando-se em 1962,
sustentando-se com trabalhos avulsos no pouco tempo que lhe sobrava. E, após
sua colação de grau, entrou na então recentemente criada residência médica em
Ortopedia e Traumatologia, na mesma instituição, onde fez os dois anos exigidos
e um terceiro ano opcional.
Em 1960,
durante a faculdade, conheceu a pessoa que viria ser sua esposa, com a qual já
completou 53 anos de casados: Claudette. Ela estudava na Faculdade de Saúde
Pública da USP, ao lado da Faculdade de Medicina, cujos estudantes, devido à
reforma do refeitório da faculdade, iam até a Medicina para almoçar. E foi num
destes almoços que ambos se conheceram e estão juntos até hoje. Em 1962, Plínio
e Claudette se casaram, e tiveram quatro filhos: Cristina (1963), José Luís
(1965), Luciana (1968) e Rosana (1972). Vida difícil em São Paulo, ambos
começando a vida do zero.
Em 1965,
um pediatra amigo do Plínio, Dr. Wilson Valente, o convidou para conhecer
Americana. Por vários meses, Plínio foi de São Paulo a Americana, atuando
inicialmente como médico geral em plantões e cada vez mais como ortopedista. A
cidade já dispunha de três ou quatro médicos na especialidade, mas
havia espaço de sobra para seu crescimento profissional. E a família Zabeu acabou
se mudando para Americana em 1966.
Santa
Bárbara d'Oeste entrou na vida do "Dr. Plínio", como sempre foi
conhecido, por volta de 1966. Não havia ortopedista na cidade, o Hospital Santa
Bárbara (HSB) havia sido construído pouco tempo antes, mas faltavam muitos
equipamentos e estrutura para cirurgias de maior porte. Dr. Plínio começou atendendo
casos de ortopedia no pronto-socorro, a maioria ligada a traumatismos e dores
de todo tipo. Atendia grandes quantidades de pacientes ao dia, mais de
40, numa época que não havia SUS ou Unimed. Muitos eram pacientes sem
recursos, e ele, no seu estilo simples, duro e eficiente, resolvia a maioria
dos casos que lhe procuravam. Fez as primeiras cirurgias para correção de
fraturas no HSB, o primeiro fêmur, a primeira drenagem de osteomielite. E foi
se tornando conhecido. Os mais antigos se lembram bem das famosas
"infiltrações do Dr. Plínio", que doíam muito, mas tiravam dores
incapacitantes de ombros, colunas, quadris, joelhos e calcanhares. Sua formação
geral em clínica e em reumatologia também lhe permitiu medicar, dentro do que
se conhecia na época, pacientes com dores crônicas relacionadas a reumatismos e
desgastes. Sua dedicação à cidade e ao HSB foi se tornando cada vez maior, já
que, por ser o primeiro e único ortopedista na época, estava de plantão 24
horas por dia, todos os dias do ano. Quantas vezes sua família o viu sair de
casa na madrugada, para tratar uma fratura exposta ou colocar no lugar um ombro
que havia se deslocado.
Na década
de 1970, outros ortopedistas começaram a chegar a Santa Bárbara (Drs. Adilson
Basso, Flávio Saretta, Mauro Bosi), mas lá estava o Dr. Plínio, dedicando mais
da metade do seu tempo profissional à cidade (a outra metade ele atuava em
Americana). Ele só diminuiu um pouco o ritmo quando chegaram os ortopedistas da
década de 1990 (Drs. Vicente Von Glehn, Dr. Mário de Cillo, Dr. José Luís
Zabeu, seu filho). Mas continuou sempre muito disponível, inclusive fazendo
consultório privado juntamente com José Luís até por volta de 2007. Pelo fato
das duas netas, Giovanna e Victoria, fazerem ballet no Laboratório da Dança de
Fernanda Araújo desde 1998, quantas vezes Dr. Plínio não foi levar e buscar as
meninas em SBO, além de assistir aos espetáculos de dança no Teatro Manuel Lyra
e depois ir comer pizza na Amici. Em vários eventos sociais no Esporte Clube
Barbarense Dr. Plínio esteve presente, como os jantares italianos e alemães. E
sempre manteve um relacionamento de harmonia e respeito com o demais
profissionais de saúde da cidade.
Hoje, aos
81 anos, gozando de boa saúde e ótima memória, frequenta o
hospital esporadicamente em cirurgias realizadas por seu filho. E conta, com
carinho, histórias com as antigas freiras do hospital, o trabalho conjunto com
outros tantos médicos que dedicaram sua vida à cidade (Dr. Edson Mano, Dr.
Afonso Ramos, Dr. José Togeiro, Dr. Peres, Dr. Carvalho, entre outros) e
os funcionários que faziam o hospital funcionar, como Dona Baiana e Dona
Anita no centro cirúrgico, Sra. Maria Paulilo, Sr. Paulo Tadei, Dona
Mercedes, o Elias do Rx e o Carlão do Gesso.
Santa
Bárbara fez e faz parte da família criada por Plínio e Claudette, assim como o
Dr. Plínio fez parte da vida de muitos cidadãos barbarenses que precisaram dele
em momentos de dor.
Dr. José entrega Título de Cidadão Barbarense ao Dr. Plínio Zabeu |
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