A Mesa Diretora da Câmara divulgou, na semana passada, o Ato
da Mesa nº 59/2013, no qual outorga o Certificado de Vulto Emérito, instituído
pelo Poder Legislativo, à família de João Padoveze, para homenageá-lo por sua
relevante participação na construção da história barbarense na área social,
sobretudo em obras sociais da igreja, terceira idade e direitos dos
aposentados, em favor da sociedade, numa iniciativa do vereador José Antonio
Ferreira, o Dr. José (PSDB).
João Padoveze nasceu em Rio das Pedras em 16 de dezembro de
1925, filho de Giuseppe Padovese, italiano, e Adolphina Vicentin Padovese,
brasileira, e morreu em 21 de agosto de 2002.
A vida simples da família
não lhe permitiu frequentar além do 4º ano escolar, mas sempre demonstrou
inteligência e grande interesse nos estudos. Desde muito jovem demonstrou
interesse pela música e mais tarde por outras atividades culturais ao alcance
de sua situação financeira.
João Padoveze amava o conhecimento
– não sendo possível adquiri-lo formalmente, fez todo o possível para obtê-lo
através de leituras, passeios e conversas. A importância que dava à educação e
cultura era bem evidente na forma como procurou motivar os seus sete filhos
para o estudo. Para ele, a única forma de se atingir o progresso pessoal ou
coletivo era através da educação, fosse ela formal ou auto-adquirida.
Era um homem discreto, mas
alegre e bem humorado. Quando jovem, frequentava os bailes nos sítios vizinhos,
onde tocava pandeiro e cantava acompanhando o sanfoneiro. Foi num desses bailes
que conquistou Aurora, a moça com quem se casou e viveu um feliz casamento de
54 anos.
Quando, em 1949, a família
deixou a zona rural em Rio das Pedras para mudar-se para Piracicaba, ele e os
irmãos tiveram que adaptar-se a novas atividades para poder sustentar a
família. João, que já era casado, trabalhou como pedreiro e entregador de
garrafões de água mineral. Alguns anos depois a família mudou-se para Santa
Bárbara d’Oeste, onde João começou a trabalhar na fundição das Indústrias Romi.
Esse trabalho, porém, causou-lhe um grave problema pulmonar e assim, quando se
recuperou, foi transferido para a seção de plainas. Mais tarde passou a ser
inspetor de qualidade, sendo promovido a supervisor do controle de qualidade,
onde trabalhou até sua aposentadoria. Frequentou cursos de liderança, um pouco
de inglês, leu livros sobre comunicação e relacionamento, pois se interessava
pelas novidades no desenvolvimento profissional.
João era amado pela família,
que admirava suas atitudes e o respeitava. À medida que os filhos foram
crescendo e já podia pensar além dos muros de sua casa, foi aumentando a sua
participação nas atividades comunitárias, especialmente as da igreja, e quase
sempre acompanhado da esposa ou de filhos:
- nas quermesses das igrejas, fazia o leiloeiro. Após um problema
nas cordas vocais, teve que parar por recomendação médica;
- ensaiava e ‘marcava’ quadrilhas de festas juninas sempre que
convidado;
- ajudava no trabalho de levar a comunhão aos doentes da paróquia,
primeiro para transportar o ministro da eucaristia e depois ele e a esposa na
condição de ministros, por mais 14 anos;
- auxiliava na pastoral da criança: uma pediatra fazia o trabalho
mensal de avaliação das condições de saúde de crianças de famílias assistidas e
João a ajudava a pesá-las, o que exigia força física;
- foi presidente do Grêmio Dramático Constelação, grupo teatral
amador da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, onde algumas vezes também entrou em
cena como ator, e sempre colaborando com todo tipo de trabalho necessário ao
grupo;
- colaborava com o Coral Infanto-Juvenil da Paróquia Nossa Senhora
Aparecida, onde duas de suas filhas cantavam, ajudando no transporte das
crianças para apresentações dentro e fora da cidade;
- a pedido do padre da paróquia, ajudou, juntamente com outros
paroquianos, a iniciar o movimento da terceira idade. Para as reuniões, trazia
músicos, organizava passeios e reuniões, coordenava sessões de ginástica;
- ajudava a fazer a cobrança do dízimo em sua área.
Após a aposentadoria, além
das obras sociais da igreja, participou de ações dos aposentados para
reivindicações de direitos. Em casa, assumiu algumas das tarefas domésticas
para aliviar a carga de trabalho da esposa – revelou aí suas qualidades de
cozinheiro em pratos simples e deliciosos. A cerimônia de entrega da homenagem
à esposa Aurora e demais familiares acontecerá no mês de dezembro, em dia e
horário a serem confirmados pelo Setor de Cerimonial da Câmara.